EXPLORANDO OS ESPAÇOS DA MINHA CASA
A
criança precisa explorar com qualidade os espaços da casa
Educar com Diálogo | CRIANÇA EM AÇÃO
Coleção: Explorando os Espaços
Olá! Na coleção explorando os espaços,
procuraremos refletir sobre a importância de organizarmos os diferentes
ambientes da casa e do seu entorno de modo que as crianças pequenas, (que estão
aprendendo engatinhar e andar) possam vivenciar significativos aprendizados.
Nesse post destacaremos algumas ideias (orientações) com foco nas
crianças de até 3 anos de idade, mas consideramos que as dicas podem ser
adaptadas para as de até 5 anos. Certo?
Na faixa etária de até 3 anos, alguns cuidados são fundamentais, pois
nesse período as crianças estão aprendendo engatinhar (por volta dos 8 meses),
andar (por volta de 1 ano) e falar (por volta de 1 ano e meio). São muitas
aprendizagens e a sua interação com o mundo (pessoas, objetos e espaços) acontece
com o corpo (sensações orgânicas). Para aprenderem sobre algo, precisam pegar e
sentir.
Sim! A criança é corpo e movimento e experimentam de fato tudo que está
à sua volta. Colocam os objetos na boca, entram dentro das gavetas, brincam com
os utensílios da cozinha, arrancam as flores do jardim, pegam as folhas secas,
etc.
Elas vivenciam momentos de exploração e de imitação, pois, observam
desde a mais tenra idade, os movimentos à sua volta.
A linguagem corporal nesse período, constitui o seu modo de interagir
com as pessoas e os diferentes ambientes.
A criança pequena se relaciona com o mundo por meio das sensações
orgânicas ligadas ao seu corpo. Aos poucos, essas sensações orgânicas começam a
ser substituídas pelas percepções da realidade externa, social.
Fato é que, esse é um momento desafiador para quem está cuidando e
educando, tendo em vista, a importância da experimentação (é fundamental
permitir que elas vivenciem as experiências). Mas, também existem os perigos
que precisam ser retirados do seu alcance (plantas tóxicas, objetos cortantes
nas gavetas, escada sem proteção, fogão, etc.).
Pois bem, educar as crianças com qualidade, pressupõe considerar os
desafios. Não para apenas constatarmos. Mas, para repensarmos os espaços
(ambientes) onde as crianças moram.
Veja que estamos falando da importância de as crianças serem incluídas
de fato no tempo espaço em que vivem.
Inclusão requer revitalização dos ambientes, isto é, exige um esforço
por parte dos adultos de considerarem os seus direitos, principalmente o
direito de crescerem num espaço propício à sua faixa etária.
Para tanto, sugerimos repensar o modo como organizamos os objetos da
sala, da cozinha, da varanda, do quintal e/ou de outros espaços, dependendo de
onde você reside.
Podemos destacar, por exemplo, o espaço da sala, onde geralmente é
decorado com foco nos adultos. A decoração pode continuar, mas é importante
inserir um cantinho específico para a criança.
Esse cantinho pode ser uma prateleira do armário, onde ela possa mexer.
Na prateleira, pode ter brinquedos, como: jogos de encaixe, bichinhos, etc.
Brinquedos que possam ser manipulados, mas que estejam sempre organizados.
Isso significa que ela precisa ser reconhecida enquanto criança, isto é
enquanto sujeito que também faz parte do contexto familiar. Significa também
que necessita aprender que ao concluir a brincadeira, deve retornar com os
brinquedos para a prateleira. Inicialmente fazemos por ela (sob sua observação),
depois com ela (lembre-se que ela ainda é pequena, estamos falando de crianças
de até 3 anos).
Muitas vezes, até colocamos um baú com os referidos brinquedos. Não é
mesmo?
Mas nesse baú, os brinquedos ficam desarrumados. Elas despejam os
brinquedos no chão, brincam e depois os mesmos são devolvidos ao baú, sem
critérios de organização.
Algum adulto que usa a sala, também tem um baú, para amontoar os seus
pertences? Então, por que fazer isso com as crianças?
No entanto, considerando o exemplo do baú, somos favoráveis que o mesmo
seja uma opção. Não precisamos abolir o seu uso, desde que seja um espaço para
guardar um determinado tipo de brinquedo, como por exemplo, peças de lego ou de
outro tipo de brinquedos de montar (peças grandes).
Veja que estamos falando de um tipo de brinquedo. Se temos mais de um
tipo de brinquedo de montar, é prudente que façamos revezamento: uma semana
fica um tipo, na outra semana fica outro, etc... Ou, então, que cada brinquedo
fique num baú específico (pode ser caixa organizadora de plástico).
Essas caixas podem compor a decoração da prateleira que falamos
anteriormente (espaço na estante para a criança).
Conforme destacamos anteriormente, os ambientes destinados às crianças
devem ser bem organizados. Não basta colocar os brinquedos, faz-se necessário
mantê-los arrumados.
É fundamental que a criança seja estimulada a substituir a atividade
instintiva imediata (sensações orgânicas), pela atividade intelectual orientada
por intenções (mediações) que traduzem ações de organização.
Por isso, precisamos estar atentos(a) aos momentos em que elas concluem
as brincadeiras, para conversarmos (mesmo que ainda sejam pequeninas) sobre a
importância de organizar a prateleira (exemplo citado). Enquanto conversamos vamos
arrumando.
As crianças observam a voz de comando e a ação, e, assim, se apropriam
das orientações. Mas não adianta ensinar apenas uma vez, porque nessa faixa
etária elas observam, imitam e aprendem, de modo que aos poucos também vão
arrumando (imitando).
É assim que vão aprendendo e se desenvolvendo. As crianças aprendem no
processo de interação. Um bom exemplo vale por mil
palavras.
Sobre os demais objetos que constam no armário (objetos dos adultos),
elas precisam aprender que não podem mexer, e, para tanto, necessitam ser
orientadas. Tudo bem?
Importante: devemos oferecer
condições de exploração, mas também é necessário ensiná-las que nem tudo pode
pegar (existem limites). E esses limites precisam ser orientados.
Sendo assim, sugerimos que os objetos mais perigosos (ou mais valiosos)
fiquem fora do seu alcance, e, aqueles menos perigosos sejam organizados
normalmente em locais que elas possam alcançar, mas não podem pegar.
Perceba que estamos sugerindo, organizar o espaço com objetos que podem
ser manipulados (seus brinquedos), e, também, com os que não podem mexer.
Desse modo, podemos educá-las a não mexerem em determinadas coisas, isto
é, podemos estabelecer alguns limites que são fundamentais para o seu
desenvolvimento.
A voz de comando nesse processo é muito importante. Educar com Diálogo requer voz
de comando.
O mesmo vale para os armários da cozinha. Reserve uma prateleira ou uma
gaveta com coisas (utensílios) que elas possam manusear (panelas, tampas,
vasilhas de plástico, colheres).
Você deve estar se perguntando: - Na cozinha pode ter brinquedos?
Sim! Quando inserimos brinquedos, a criança compreende que seus objetos
também são legais nesse espaço. Mas, aqui não vale joguinhos. Certo? Melhor
inserir objetos relacionados à cozinha (pratinhos, panelinhas, copinhos, etc.).
Entretanto, não se esqueça que a criança gosta muito de interagir com os
objetos utilizados pelos adultos (lembra que elas observam-nos nos afazeres
domésticos?). Talvez elas prefiram as panelas, as tampas, as colheres de
verdade. Então, que tal disponibilizar algumas peças?
Reafirmemos: As crianças pequenas de
até 3 anos de idade, precisam vivenciar experiências que as incluam nos
diferentes espaços tempos da casa (família).
Por meio da interação, num processo de educação dialógica, podemos
instigar a exploração dos diversos ambientes, de modo que elas possam aprender
e se desenvolver de forma significativa.
Lembre-se: Explorar os ambientes da
casa é um direito da criança. Organizar os espaços com foco na criança é nosso
dever. Educar com diálogo é a nossa missão!
Enfim, a criança precisa explorar com qualidade os espaços onde vive.
Você concorda?
Programa Educar com Diálogo
Contato: educacaoedialogo@gmail.com
Comentários
Postar um comentário
Agradeço a Visita
Deixe seu comentário